Os Tronos da Umbanda: as forças divinas que sustentam a criação
- 19 de mai.
- 3 min de leitura
Na Umbanda, por trás de cada linha de trabalho, de cada guia espiritual e de cada manifestação mediúnica, existe uma força maior, divina e organizada: os Tronos. Eles são os fundamentos espirituais que sustentam a criação, os princípios divinos que regem o universo e que se manifestam nas vibrações, nos Orixás e nas linhas de atuação espiritual.
Compreender os Tronos é dar um passo além na caminhada umbandista. É sair do olhar apenas ritualístico e começar a perceber a lógica espiritual profunda que existe por trás da religião.
O que são os Tronos?
Os Tronos são as expressões da Vontade Divina. Cada Trono representa uma qualidade divina ativa na criação — como a Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Lei, a Evolução e a Geração. Cada um desses Tronos é sustentado por um par de Orixás complementares: um Orixá masculino e um Orixá feminino. Juntos, eles equilibram as forças e expressam plenamente a energia do Trono.
Ou seja, os Tronos são as colunas da Criação, e os Orixás são os regentes dessas colunas.
Eles atuam tanto no plano espiritual quanto no plano material, influenciando nossa vida, nossa conduta, nosso aprendizado e nossa evolução.
Os Sete Tronos da Umbanda
Na Umbanda, trabalhamos principalmente com sete Tronos divinos, cada um com um par de Orixás regentes:
1. Trono da Fé
Orixás Regentes: Oxalá (masculino) e Logunã (feminino)
Representa a paz interior, a espiritualidade e a conexão com o Divino. Atua fortalecendo a fé e trazendo serenidade.
2. Trono do Amor
Orixás Regentes: Oxumaré (masculino) e Oxum (feminino)
Vibração do amor incondicional, da harmonia emocional e da prosperidade. Une, cura e transforma pelo afeto e beleza.
3. Trono do Conhecimento
Orixás Regentes: Oxóssi (masculino) e Obá (feminino)
Atua no saber, na intuição, na busca por verdades e caminhos. Favorece o estudo, o foco e o discernimento.
4. Trono da Justiça
Orixás Regentes: Xangô (masculino) e Egunitá (feminino)
Equilibra ações, decisões e sentimentos. Traz merecimento, retidão e justiça divina.
5. Trono da Lei
Orixás Regentes: Ogum (masculino) e Iansã (feminino)
Representa a ação reta, a ordem, a coragem e a quebra de demandas negativas. Abre caminhos e protege.
6. Trono da Evolução
Orixás Regentes: Obaluaê (masculino) e Nanã (feminino)
Força de transformação profunda, cura de doenças físicas e espirituais, e maturidade espiritual.
7. Trono da Geração
Orixás Regentes: Omolú (masculino) e Iemanjá (feminino)
Energia da fertilidade, do nascimento, da continuidade da vida e da regeneração. Atua na criação e proteção da família.
8. O Trono Complementar da Vitalidade
Atuantes: Exu (masculino) e Pombagira (feminino)
Além dos sete Tronos principais, a Umbanda reconhece a atuação de um Trono complementar: o Trono da Vitalidade.
Este Trono expressa o movimento, a comunicação, a vitalidade e a sustentação energética da vida. Atua no equilíbrio entre matéria e espírito, na abertura de caminhos, na renovação de forças e na manutenção da vida prática e espiritual.
Embora não seja tradicionalmente listado entre os sete Tronos da Criação, o Trono da Vitalidade é essencial para a dinâmica dos trabalhos espirituais, garantindo fluidez, circulação energética e conexão entre os planos.
Por que conhecer os Tronos é importante?
Quando entendemos os Tronos, percebemos que cada trabalho espiritual, cada guia, cada ponto cantado e cada orientação recebida estão dentro de um campo divino organizado. Nada é aleatório. Tudo está conectado com um princípio maior, com um propósito que visa nossa evolução.
Esse conhecimento também nos ajuda a ter mais consciência nas firmezas, nas oferendas, nas escolhas e na forma como nos posicionamos dentro do terreiro e fora dele.
Conclusão
Os Tronos da Umbanda são os pilares que sustentam nossa religião e a própria vida. São forças divinas que se manifestam de forma amorosa, justa e sábia, nos guiando na caminhada terrena e espiritual.
Conhecer os Tronos é reconhecer a grandeza da Umbanda como caminho de luz e entendimento. E quanto mais nos aprofundamos, mais percebemos que tudo na Umbanda tem fundamento, tem lógica, tem raiz — e, acima de tudo, tem amor.
Axé!
Pai Pequeno Bruno Pereira




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