Diferença entre Orixás e Entidades Espirituais na Umbanda
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Um dos pontos que mais geram dúvidas em quem está conhecendo a Umbanda é a diferença entre Orixás e Entidades Espirituais. Muitas vezes, por falta de informação, ambos são confundidos como se fossem a mesma coisa. Mas compreender essa distinção é essencial para entender a lógica espiritual da Umbanda e respeitar seus fundamentos.
Orixás: forças divinas
Na Umbanda, os Orixás não são espíritos que incorporam nos médiuns. Eles são forças divinas, princípios universais que sustentam a Criação. Cada Orixá é uma emanação direta de Deus (Olorum) e rege um dos Tronos da Umbanda — Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração e, como complementar, Vitalidade.
Na prática da Umbanda, os Orixás são compreendidos e cultuados como potências cósmicas. Importante lembrar, porém, que em muitas tradições e narrativas mitológicas certas figuras humanas são associadas a esses Orixás — por exemplo, Xangô é lembrado em algumas tradições como um rei histórico cuja vida e força exemplificaram a justiça que ele representa. Ainda assim, isso não significa que o Orixá seja apenas um espírito individual: na Umbanda, ele é uma potência universal cuja presença se manifesta sobretudo por vibrações, pontos, cores e elementos, e não pela incorporação direta nos médiuns.
Entidades espirituais: guias que nos acompanham
Já as Entidades Espirituais são espíritos que tiveram experiências humanas e que, após sua passagem pelo plano físico, colocaram-se a serviço da caridade e da evolução dentro da Umbanda. Elas incorporam nos médiuns para orientar, aconselhar, curar e ensinar.
Essas entidades se apresentam em arquétipos reconhecidos dentro da Umbanda, como:
Caboclos: espíritos que trazem a força da mata, da coragem e da sabedoria ancestral.
Pretos-Velhos: espíritos de antigos escravizados, sábios e pacientes, que transmitem humildade, fé e aconselhamento.
Crianças (Erês): espíritos que manifestam pureza, alegria e simplicidade.
Exus e Pombagiras: espíritos que trabalham no campo da vitalidade, da comunicação e do equilíbrio entre matéria e espírito.
Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos, Cangaceiros, entre outros arquétipos.
Essas entidades falam conosco, dão conselhos, indicam caminhos e nos ajudam em nossas dificuldades cotidianas.
A relação entre Orixás e Entidades
Enquanto os Orixás são forças divinas universais, as Entidades são os trabalhadores espirituais que atuam sob a vibração desses Orixás. Podemos dizer que os Orixás são como o sol — fonte da luz — e as Entidades são como os raios — formas pelas quais essa luz chega até nós.
Por exemplo:
Um Caboclo de Oxóssi atua sob a vibração do Orixá Oxóssi, manifestando sua energia de conhecimento, fartura e ligação com a natureza.
Um Preto-Velho de Xangô atua sob a vibração da justiça e do equilíbrio trazidos por Xangô.
Dessa forma, percebemos que os Orixás não falam diretamente conosco, mas que suas forças se expressam através do trabalho das Entidades.
Conclusão
Entender a diferença entre Orixás e Entidades é essencial para caminhar na Umbanda com consciência. Os Orixás são princípios divinos que sustentam o universo, enquanto as Entidades são espíritos que se manifestam em nosso plano para auxiliar nossa evolução.
Os dois se complementam: os Orixás sustentam a energia, e as Entidades aplicam essa energia em nossas vidas, de forma prática, amorosa e caridosa.
Axé!
Bruno Pereira - Pai Pequeno